2014

FINDE OUTDOOR DE NOVEMBRO

DIA 02, MUÇUM E VESPASIANO CORRÊA

Mesmo com a previsão de chuva para o dia de Finados, não cancelamos nossa última agenda de aventura para o ano de 2014. De Santa Cruz do Sul seguimos entre cinco em apenas um automóvel até Muçum. Ali esperamos os quatro que vinham de Bento Gonçalves. Muçum ostenta o título de Princesa das Pontes e para quem chega logo se impressiona com a imponência do viaduto que atravessa o rio Taquari e se projeta sobre as ruas da cidade. Ali compramos algumas coisas e seguimos paralelo à Ferrovia do Trigo até que as placas nos indicassem estarmos em Vespasiano Corrêa. Logo após, o complexo turístico do Viaduto 13. Esta é uma ferrovia construída pelo Batalhão Ferroviário do Exército Brasileiro, lá pela década de 70. A sequência de viadutos fez com que eles fossem numerados e o décimo terceiro alcançou então a fama de ser o mais alto da América Latina, com 143 metros em suas colunas centrais e uma extensão de 509 metros.

Num primeiro momento optamos por deixar os veículos no estacionamento próximo ao quiosque e seguimos a pé. Na parte superior, a construção oferece segurança, seja pelo guardas laterias, refúgios e também pelo piso. Em outros viadutos deste mesmo itinerário os dormentes ficam suspensos e o caminhante tem que cuidar para não errar o pé. Montamos nossa ancoragem passando a corda por debaixo dos trilhos e prendendo novamente do outro lado. No entanto, por descuido formou um ângulo na corda da guarda até os trilhos conforme vídeo que segue:

Primeiramente desceram o Gilberto, o Maiquel, e o Bruno. Neste meio tempo passou por nós um instrutor local e nos advertiu sobre a largura do trem, caso passasse, poderia enganchar a corda. De imediato mudamos a posição para uma ancoragem mais baixa e então o Joéde começou a descer. Como já tinha feito várias tomadas de vídeo da parte superior, decidi descer pela estrada e filmar também de baixo. Qual não foi a nossa surpresa de que logo em seguida o trem veio!!!

Os últimos a descer foram o Fábio e o Anaelton. No vídeo abaixo, descida do Fábio mostrando a amplitude do viaduto.

O almoço improvisado foi na boca do túnel. Aos itens que levamos foi acrescido churrasquinhos feitos ali mesmo pela equipe do parque. Foi a contento de todos. Após, seguimos pelos túneis num percurso de 3500 metros até uma segunda atração: a cascata subterrânea. O segundo túnel parece ser mais extenso e em curva. Demorou para aparecer a bendita luz proveniente da outra extremidade! Muitos turistas não se submetem a esta travessia e deixam de conhecer a cascata que tem logo depois. O mesmo batalhão envolvido na construção dos viadutos e dos túneis achou por bem desviar um curso dágua perfurando uma pedra à ter que fazer mais um pontilhão. Assim, o riacho que vem descendo a montanha como todos os demais, ao chegar perto da via, ele desce para as profundezas através de um canal de uns 5 metros de largura por uns 2,5 de altura.

Seu comprimento pode chegar a 100 metros. Ali nos refrescamos por um bom tempo e praticamos o cascading até o horário oportuno para o retorno. Por fim, o V13 visto desde uma das aberturas dos túneis.

FINDE OUTDOOR DE SETEMBRO

20 E 21, ITACOLOMY E BOTUCARAÍ

Dando continuidade com a parceria com o pessoal de Bento e Garibaldi, estivemos neste final de semana envolvidos em duas atividades de aventura. No sábado de tarde o destino foi o Cerro Itacolomy em Passo do Sobrado. Foi mais uma atividade de reconhecimento pois o Fábio não tinha estado lá ainda.

No domingo a atenção foi toda direcionada para o Cerro Botucaraí em Candelária para onde partimos ainda cedo.

Frequentadores da localidade desde 2006, o Cerro sempre tem nos atraído por conta de sua imponência. Nesta ocasião levamos 150 metros de corda na intenção do Rappel. Tivemos uma boa ascensão mesmo com os pesos das mochilas. A carga da corda foi revezada e passado uns 40 minutos todos estavam lá em cima. Preparamos o local do almoço, a churrasqueira, uma mesa improvisada e outros foram preparar a "pista" de descida.

Não temos nenhum registro anterior de rappel neste cerro, não há nenhum local apropriado e então tivemos que preparar um. A tarefa mais complicada foi estender a corda cerro abaixo visto que ela frequentemente ficava enganchada em galhos. Já chegando a hora do almoço conseguimos concluir o feito amarrando uma pedra na ponta da corda. Esta foi lançada no espaço e ao cair levou consigo a corda até lá em baixo.

Depois do almoço o Ricardo desceu (pela trilha) a procura da ponta da corda. Toda a face oeste do paredão foi percorrida até encontrá-la. Na sequência desceu o Gilberto, Fábio e Maiquel conforme o vídeo logo abaixo. O câmera foi o Boáz. Concluído as três descidas ainda exploramos a "caverna do Monge do Botucaraí" que é um buraco bem no topo do cerro. A conclusão que chegamos é que o buraco foi construído através de ferramentas e no objetivo de obter água. Uma cisterna. Há quem diga, e é um ótimo objeto de estudo, que o local fora observatório de militares e então este "poço" encurtava em muito o caminho na obtenção de água. Atualmente ele se encontra com lodo no fundo mas na exploração que fizemos foi fácil perceber a água brotando das paredes nas partes mais baixas. Temos relato de uma caverna ou fenda próximos ao local onde fizemos o rappel e assim que possível retornaremos para averiguar.

Participaram desta aventura, o Boáz, o Fábio, o Gilberto, o Joéde, o Manassés, o Maiquel e o Ricardo.

FINDE OUTDOOR DE JULHO

12 E 13, PEDRA DO SOBRADO E PARQUE DA CRUZ

Em uma nova parceria com o pessoal de Bento e Garibaldi, estivemos neste segundo final de semana de julho envolvidos em duas atividades de aventura. No sábado de tarde o destino foi Cerro Alegra Alto para mais uma vez alcançar o cume da Pedra do Sobrado. Nem mesmo o Maiquel havia subido nela. 

Pelo estado do caminho que leva até a base da pedra de arenito, poucos sãos os frequentadores do local. Muitos espinhos para serem removidos. Aos que estavam de bermuda, arranhões. O local ainda nos reserva muitos pontos de escalada e rappel, que ainda não exploramos. Desta vez o desafio foi colocar todos lá em cima sendo que o MK teve que ser içado por uma corda (kkk). Observando todas as pedras que formam o conjunto, fica difícil de entender a disposição das mesmas visto que as linhas de camadas variam muito de uma pedra para outra. No cume existe formações de relevo supostamente produzido pelas garras dos corvos que por ali pousam. Estes testemunhos resistiram à erosão porque estão interligados com o platô basáltico que circunda Santa Cruz pelo lado Leste. A camada de arenito é inferior à de basalto. A explicação para tal nos reporta ao Deserto Botucatu. Este recobria a porção Sul da Bacia do Paraná. Com o advento do vulcanismo a lava se depositou sobre a areia. A pressão transformou as dunas em pedras, e isto explica tanta irregularidade na direção das camadas superiores. O Itacolomy em Passo do Sobrado é um Cerro Testemunho de puro arenito.

No domingo os visitantes foram conhecer um pouco mais da cidade e nos reunimos mais uma vez no Parque da Cruz para um rappel.

PEDAL DE OUTONO

17 A 20 DE ABRIL

Neste ano de 2014 tivemos a feliz coincidência de termos dois feriados consecutivos, a páscoa com Tiradentes na segunda-feira. Aproveitamos para esticar nosso pedal fazendo um círculo anti horário pela região carbonífera. A saída foi ainda na quinta-feira de Santa Cruz do Sul indo até Volta Grande (42km) interior de Rio Pardo. Depois do almoço simbólico (peixe na casa do pescador) da sexta, partimos para mais 3 horas de percurso até Minas do Leão. Seguimos um bom trecho por estrada de chão até a entrada do Rincão Gaia com a BR 290. O acostamento da BR 471 não oferece segurança para o ciclista. Na 290, por outro lado, podíamos andar lado a lado no acostamento. Avistamos nuvens de chuva na direção do nosso percurso e diminuímos o ritmo. Deu certo, pegamos asfalto seco até uns 5 km antes do Leão. Ao chegarmos lá percebemos que recém tinha chovido.

O sábado foi dedicado a visitar meus parentes (família Wisniewski) e na metade da tarde seguimos para São Jerônimo. Dia nublado, perfeito! A extensão das paisagens, a liberdade dos movimentos, a conquista do horizonte e a simplicidade dos moradores do interior nos imprimem marcas que a saudade não deixa apagar.

Chegamos em São Jerônimo já noite. Ficamos hospedados na casa de amigos. Neste percurso pelas cidades do carvão procuramos por marcos históricos que fundamentem nosso novo projeto: LINHAS EXTINTAS DO RS. Trata-se da recuperação de uma história há muito perdida. O início do transporte ferroviário nas adjacências do Jacuí.

Procurando um centro comercial para adquirir as provisões para os dias seguintes nos deparamos com uma exposição de fotografias no saguão de entrada. Anotamos o nome do idealizador: Claudio Rollo Rollo, historiador natural de São Jerônimo. Ele se tornou fonte importante na interpretação da história local: A linha férrea da região carbonífera iniciava em Minas do Leão, mais precisamente nas jazidas superficiais do Recreio e Coréia. Sob o asfalto da 290, imperceptível por quem passa de veículo, está uma abertura em forma de viaduto. Por ali passava o trem antes de sua extinção. Mas deixando São Jerônimo seguimos para General Câmara até a ponte em arco. Ali saímos da estrada, nos despedimos dos anfitriões e pela mata, na orla do rio, seguimos até a Vila do Conde, o outro extremo da linha.

Acesso difícil (dificultado) pois encontramos a trilha obstruída por uma vala, tivemos que ir até uma fazenda de granjeiros. Ali seguimos pela estrada até a beira do rio a encontrar o trapiche. É uma vila abandonada. Não oferece segurança ao visitante e nem oportunidades. O único local bem cuidado é o camping. Dentro do perímetro fica as ruínas do trapiche.

Ali o carvão trazido nos vagões era despejado nos navios. Subentende-se que é uma construção muito antiga. Os ferros superficialmente cobertos de ferrugem. Foto ao lado. Passeamos por cima dela sem medo de que algo viesse a ruir. A terraplanagem anterior ao trapiche também está com suas características preservadas.

Do Conde retornamos até o asfalto e guinamos para o Norte, almoçando perto de General Câmara. De tarde focamos a Vila de Santo Amaro. Este vilarejo tem história que remonta ao século XVIII. Era caminho das missões jesuítas. Depois veio a viação férrea. No século passado a barragem no Jacuí. Depois o declínio que conduziu a vila a ser distrito de General Câmara. Desgosto para os detentores de capital, sorte para quem aprecia a história do nosso povo. O local continua preservando seus traços principais. Observamos que boa parte dos turistas que passam ao largo da Estação de Amarópolis não se dão conta de que percorrem a mesma terraplanagem usada outrora pelos trens. Passam por ali apenas para ver a barragem ou pescar.

No avanço da tarde decidimos seguir até Santa Cruz do Sul e deixar o descanso para o dia seguinte. A invés de ir logo para o asfalto, seguimos acompanhando o traçado dos antigos trilhos. Perto das 22 horas chegamos em casa.

SALTO RIO PARDINHO

2 DE FEVEREIRO

Mantendo a tradição de conhecer a cada ano um pouco mais do nosso interior serrano, desta feita nos deslocamos até a cascata que é o cartão postal do município de Sinimbu. Na ida, entre 8 na Kombi do Daniel, fomos por Linha Desidério. Estrada sinuosa com muitos altos e baixos e larga vegetação nas margens. Não fosse o conhecimento de que aquela estrada condizia até a cascata, poderíamos achar que estávamos perdidos. Quando o Cristian pediu para o veículo parar porque estava com náuseas, percebemos que tínhamos chegado. A formação está localizada no extremo noroeste da Reserva Permanente do Patrimônio Natural no interior de Sinimbu. O Parque é administrado pela Universidade de Santa Cruz do Sul em parceria com a Souza Cruz. O acesso até a cascata é livre e mais perto do local de lazer encontramos placas advertindo para o cuidado com o lixo. Durante o dia que lá passamos não foi possível observar outros visitantes de fora, apenas uns moradores locais que vieram se refrescar do calor do dia. A plataforma de basalto possui duas quedas principais e outras menores que variam de acordo com o nível do rio. Abaixo das quedas principais o poço tem uma boa profundidade de maneira que não achamos o fundo. Alguns saltaram lá de cima. Outros optaram pelo cascading.  Na volta, optamos pelo retorno por Linha Almeida. Nos acompanhou neste feito, o jovem paulista Renato Amado Ginadaio.