Ferrocarril Trasandino Los Andes-Mendoza, conhecido no Chile oficialmente como Ferrocarril Trasandino Chileno (FCTC) e na Argentina como Ferrocarril Trasandino Argentino (FCTA), foi uma ferrovia que ligava a cidade chilena de Los Andes e a cidade argentina de Mendoza. Foi inaugurada em 5 de abril de 1910 após superar muitas dificuldades nos anos anteriores. Operou até o ano de 1984.

Seu traçado começava na cidade de Los Andes e subia  próximo ao rio Aconcagua e Juncal até Las Cuevas, onde se encontrava o túnel principal que cruzava até a Argentina. Logo, margeando os rios Las Cuevas e Mendoza, chegava até a cidade de mesmo nome através de um traçado muito menos acidentado.

Seus idealizadores foram os irmãos chilenos Juan e Mateo Clark, descendentes de um imigrante inglês que havia se instalado de forma muito próspera na cidade de Valparaíso que, nessa época, era a capital financeira e comercial do Chile.

O interesse dos Clark em construir uma rota melhor para o intercâmbio comercial entre os povos do interior da Argentina com o porto chileno de Valparaíso os impulsou a empreender este projeto. No ano de 1874 o Chile outorgou aos Clark a concessão para a construção, que devido problemas financeiros somente iniciou-se em 1889 na cidade de Los Andes. Lamentavelmente, a empresa Ferrocarril Trasandino Clark sempre teve problemas financeiros já que o custo da construção não foi corretamente quantificado no princípio e tiveram que fazer esforços gigantescos para conseguir mais apoio dos incrédulos acionistas e dos governos chileno e argentino. Apesar do empenho, quando o Trasandino foi concluído em 1910, Juan Clark já havia falecido e a empresa havia sido adquirida pela Trasandine Construction Company da Inglaterra. Ainda assim, os nomes de Juan e Mateo Clark permanecem na história como os gestores desta obra.

Devido ao terreno acidentado, os engenheiros utilizaram-se de tecnologia de ponta para a época. Foi instalado um sistema de cremalheiras do tipo ABT (inventada pelo suíço Carl Roman Abt) em quase todo o traçado que vai desde Río Blanco até Las Cuevas, cuja inclinação médio é de 4,8%, já que de outra maneira as locomotivas não eram capazes de manter-se durante a subida nem frear sobre os trilhos cobertos de gelo na baixada. Por ele, em grande parte do traçado de montanha foram usadas dormentes de aço, para resistir a tração das locomotivas sobre a cremalheira.

Também foi necessária a construção de muitos túneis e coberturas com a finalidade de evitar que as avalanches de neve e pedras caíssem sobre a via férrea e os comboios. Isto permitia ainda contar com um local seguro para abrigar-se durante as tormentas. A bitola da via era de apenas 1 m, o que permitia construir curvas mais fechadas nos escabrosos trechos de montanha. Isto obrigava aos passageiros e à carga a realizar um transbordo na cidade de Los Andes e Mendoza para continuar pelas vias das ferrovias que tinham uma bitola de 1.676 m.

Pesquisa. Toda modalidade de publicações seja da época ou mais recentes. Sites, revistas, livros e jornais. Vídeos documentários. Na próxima visita a Mendoza será feita uma visita a Biblioteca Pública para colher informações através do periódico Diario de Los Andes de Mendoza. Acompanhe logo abaixo as publicações já digitalizadas:

Expedições aos Andes Centrais. Ruínas das antigas estações de Guido, Rio Blanco e Zanjón Amarillo. Descida dos caracóis no Chile pela via férrea.

Acompanhe logo abaixo nossa primeira expedição, no ano de 2010: